30/09/2009



Se
eu pudesse dizer-te: - Senta aqui
nos meus joelhos, deixa-me alisar-te,

ó amável bichinho, o pêlo fino;
depois, a contra-pêlo, provocar-te!
Se eu pudesse juntar no mesmo fio
(infinito colar!
) cada arrepio
que aos viageiros comprazidos dedos
fizesse descobrir novos enredos!
Se eu pudesse fechar-te nesta mão,
tecedeira fiel de tantas linhas,
de tanto enredo imaginário, vão,
e incitar alguém: - Vê se adivinhas...
Então um fértil jogo de amor seria.
Não este descerrar a mão vazia !
(...)
Alexandre O'Neil

28/09/2009

Em memória de Jorge Macedo com um beijo à Fernanda




Aquela negra

De enxada em punho,
lutando pela minha fome;
aquela negra que jorra suores na minha sede
e que vai de lenha na cabeça porque o frio
me consome;
aquela negra
pobre, sem nada,
que vende os panos para me vestir;
que chora nas ruas o meu nome;
aquela negra é minha mãe.

(Palavra de poeta - Antologia)
Jorge Macedo 1941-2009


26/09/2009

Rosas ...





Hoje roubei todas as rosas dos jardins

e cheguei ao pé de ti de mãos vazias.

(Eugénio de Andrae)