31/05/2008

Com o Verão à porta....


*O que são os radicais livres e antioxidantes?

Os radicais livres são moléculas instáveis, pelo facto de os seus átomos possuírem um número ímpar de electrões. Para atingir a estabilidade, estas moléculas reagem com o que encontram pela frente para roubar um electrão.

Uma parte do oxigénio que respiramos transforma-se em radicais livres, que estão ligados a processos degenerativos, como o envelhecimento. Os radicais livres também têm um papel importante no combate a inflamações, matando bactérias, e controlando o tónus dos músculos lisos.

Os antioxidantes protegem o organismo da acção danosa dos radicais livres. Alguns antioxidantes são produzidos pelo nosso próprio corpo e outros - como as vitaminas C, E e o beta-caroteno - são ingeridos.

Alimentos com poder antioxidante: Todas as frutas e vegetais

*O exercício físico produz radicais livres?

O Dr. Kenneth Cooper, no seu livro "Revolução Antioxidante", descreve duas maneiras pelas quais os radicais livres são produzidos durante os exercícios físicos.

A primeira está ligada aos exercícios exaustivos nos quais há um aumento de 10 a 20 vezes no consumo de oxigénio do corpo. O enorme bombeamento de oxigénio através dos tecidos desencadearia a libertação de radicais livres. Para se evitar isto, Cooper recomenda praticar os exercícios entre 65-80% da frequência cardíaca máxima.

A outra forma de produção de radicais livres durante os exercícios está ligada ao processo que é conhecido como isquemia-reperfusão. Quando os exercícios físicos intensos são praticados, o fluxo sanguíneo é desviado dos órgãos não directamente envolvidos para os músculos em actividade. Assim, uma parte do corpo irá passar por uma deficiência de oxigénio. No fim do exercício há reperfusão, quando o sangue retorna aos órgãos que estiveram dele privados. Este processo foi associado à libertação de grandes quantidades de radicais livres. Percebe-se assim a importância dos exercícios de relaxamento.

Portanto, deve-se praticar exercício físico regular e sem excessos.

22/05/2008

Bom Fim De Semana


Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não fazer !
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não !

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

Mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

F. Pessoa



18/05/2008

Sittin' on the dock of the bay

Receita de mulher

Receita de mulher

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Se tenha a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca húmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura se movimentem.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável.
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário. É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!).
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso, e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
De primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.

Vinícius de Moraes

15/05/2008

Tanta chuva...




As primeiras chuvas estavam tão perto

de ser música

que esquecemos que o verão acabara:

uma súbita alegria,

súbita e bárbara, subia e coroava

a terra de água,

e deus, que tanto demorara,

ardia no coração da palavra.



Eugénio de Andrade, in

"Rente ao dizer"

11/05/2008

Espirito Zen




“Antes de estudar o Zen, as montanhas são montanhas e as águas são águas; após uma primeira noção sobre a verdade do Zen, as montanhas já não apenas montanhas e as águas já não são apenas águas; mas, quando se atinge o conhecimento, as montanhas voltam a ser montanhas e as águas voltam a ser águas.” (Seigen)

08/05/2008

A ver o mar...


07/05/2008

Fala!


Fala a sério e fala no gozo

Fá-la pela calada e fala claro

Fala deveras saboroso

Fala barato e fala caro

Fala ao ouvido fala ao coração

Falinhas mansas ou palavrão

Fala à miúda mas fá-la bem

Fala ao teu pai mas ouve a tua mãe

Fala francês fala béu-béu

Fala fininho e fala grosso

Desentulha a garganta levanta o pescoço

Fala como se falar fosse andar

Fala com elegância - muito e devagar.



A. O'Neill

05/05/2008

Magritte...

"Eu hei-de esculpir o futuro ao jeito do criador que extrai a obra do mármore a golpes de cinzel. E caem uma a uma as escamas que escondiam o rosto do deus. E os outros dirão: Este mármore continha este deus. Ele o que fez foi encontrá-lo. E o gesto dele não passava de um meio. Mas eu cá digo que ele não calculava, ele forjava a pedra. O sorriso do rosto está muito longe de ser feito de suor, de faíscas, de golpes de cinzel e de mármore. O sorriso não é da pedra, mas sim do criador. Liberta o homem, e ele criará."

Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela"

04/05/2008

Flores para todas as Mães


02/05/2008

Uma pausa para um café e um bolinho...









E Bom Fim De Semana.






01/05/2008

Hoje há festa! Viva o 1º de Maio!