03/01/2010

Maquina do tempo






O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.

Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.

Espaço vazio, em suma.

O resto, é a matéria.



Daí, que este arrepio,

este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,

esta fresta de nada aberta no vazio,

deve ser um intervalo.



                    António Gedeão 

8 comentários:

wind disse...

Não concordo com o poeta.
O universo não é uma infinidade de coisas:))))
Beijos

wind disse...

Só hoje vi que me enganei.
queria escrever:
Não concordo com o poeta, o universo é uma infinidade de coisas.

Justine disse...

Magnífico sempre, O Gedeão! E o Magritte fica-lhe muito bem:))

Mocho Falante disse...

o poema é de facto delicioso mas confesso que concordo com a Wind, o universo é sem dúvida muita coisa...

beijocas

Teresa Durães disse...

espaço vazio onde somos um pouco de matéria insignificante

Arábica disse...

O tempo também somos nós.
E o universo -pode ser minusculo ou gigante: é à medida do nosso olhar.

Um beijinho, Lola, neste novo ano bloguístico :)

Alien8 disse...

O Gedeão sempre foi mestre em partir da Física para a Poesia. Neste caso, tenho que dar-lhe razão, já que a matéria é, realmente, apenas uma ínfima parte do Universo. A maior parte é mesmo aquilo que não é matéria. Partir daí e chegar ao "intervalo" é brilhante.

Um beijo, Lola, e vê se passas no meu blog, já agora.

bettips disse...

Nos intervalos do tempo
estamos nós, matéria humana tantas vezes desumana.
Bom que nos esvoacem pombas ao longe.
Ramos de oliveira também.
Bjinho