Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
24 comentários:
Simplesmente belo.
Desejo-vos uma páscoa maravilhosa.
Beijosssss
Lola,
Belo regresso, com um belíssimo poema! E uma "fotomontagem" do melhor que já se viu :)
Beijinhos.
Olá!
És uma artista...está lindo:=))
Desejo que passes as tuas mini-férias alegre e descansada :=)
Páscoa Feliz
Beijocas
Interessante este poema de O'Neil, nem parece dele:))
Há de facto todas essas palavras que nos confortam. Mas também há as que nos ferem, às vezes de morte!(Acordei mal disposta, isto passa...)
gostei bastante!
As palavras são tanto... Nascem de si próprias, vivem em si, em mim, em nós, morrem no fim do texto e renascem em seguida na ponta da língua, na ponta dos dedos, dos movimentos da mão. Há palavras para tudo, até para encher o vazio imenso das vidas em solidão.
Um beijo e votos de boa semana.
Lola,
a poesia desenhada no teu rosto.
Um beijo
MariaTuché,
Obrigada.
Espero que tu também tenhas tido uma boa Páscoa.
Beijos grandes
Alien,
Este regresso tem sido atribulado:))
Vamos a ver se é desta.
Beijinhos.
Loira Linda,
As minis estão a ser do melhor, não fosse a chuva...
Beijos enormes
Justine,
As palavras podem ferir.
Mas o O'Neill fala de outras palavras, as que por vezes não dizemos, ou dizemos indirectamente.
São marcas ou sinais a decifrar.
Têm olhares e sorrisos e gestos à mistura.
Beijos grandes
Teresa,
Obrigada.
Beijos grandes
Graça,
Belo comentário, as palavras os gestos perdidos e retomados, o que dizemos e não dizemos. as palavras que nos aproximam e afastam.
Beijos grandes
Arábica,
A arte de quem sabe escrever, a arte de quem sabe desenhar...
Os sinais que involuntáriamente deixamos...
As emoções...
Beijos grandes
Um dos meus poemas preferidos de A.O.:)
Obrigada:)
Bela ilustração:)
Beijos
Wind,
Obrigada.
Beijinhos
olá olá
o que eu adoro este poema nem imaginas
que bo foi revisita-lo
beijocas
Excelente escolha de palavras lola.
Beijinhos
Querido Mocho,
Eu também tenho os meus motivos para gostar.
Beijos ginormous
AlienDS
Respondendo aqui à tua resposta:
O bom senso não se vende na farmácia, vem com o tempo, mas poupa imensos desgostos.
Beijos enormes
Ola cara Lola, ha quanto tempo!!
o rapaz hoje em dia sabe apenas que quer fazer arte, quanto ao apelidar-se artista, ja evita faze-lo. o termo arte banalizou-se e o adjectivo artista seguiu-se-lhe. qualquer um é artista desde o que poem um calhau no meio de uma galeria (ou o que deixa um cao morrer por inaniçao, amarrado dentro de uma galeria) ao que pinta telas por numeros, porem de uma coisa estou certo, arte nao é isso e passa bem longe disso. arte é um fruto da alma e nao da tecnica, arte é conteudo e nao so materia, e se me perguntares se uma pedra no meio de uma qualquer galeria é arte, responderteei que o poderá ser ou nao, a arte está na intençao do artista, porem é triste ver quando certos personagens se abandonam a lei do menor esforço para fazer algo parecido a arte, ou quando se tenta fazer algo "a la" qualquer coisa, imitando o estilo de outros, e disso tambem tenho a certeza, arte nao é imitaçao. é triste ver quando o artista é corrompido pelo lucro e se perde no acto de fazer design de arte para vender, a arte sai ao serto melindrada e reduzida para nao dizer que se perde de todo.
pareçe que o rapaz vai apenas ficar-se pelo acto de fazer arte, artistas ha muitos, nao pretende ser mais "one in a milion"...
dark kisses
Lola Mi Patatita:
O que eu gosto, por vício ou mero hábito, é da ligação do poema com o gesto atento e minucioso do desenhador.
O dedo mais pequeno é utilizado para trabalhar um pormenor, implicando delicadeza, na boca. Como se, por ternura, a limpasse.
O desenho pode, a qualquer momento, tornar-se vivo, de olhar frontal, e soltar palavras que suponho cúmplices.
São as palavras mais ricas, as cumplices. Têm sempre histórias secretas de entendimento. Implicam um mundo reservado.
Beijinhos
Angellus,
Tempo é o que a maior parte das vezes não tenho.
Mas os Amigos estão sempre por perto.
A arte é difícil. Viver da arte no nosso país é quase impossível.
Mas tu deves continuar.
Porque vale a pena.
Dark kisses
Lizzie,
Entendeste na perfeição o meu post.
É isso mesmo: A mão que acaricia, as palavras no momento único da paixão.
Beijos grandes da Patatita:)))
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