24/04/2008

Testemunhos

Na véspera de mais um aniversário do 25 Abril, deixo memória do que era o "antes".

Para não esquecer:

Os Portugueses estavam sujeitos à prisão e à tortura por delito de opinião.

As crianças trabalhavam nas Minas de carvão.


As mulheres grávidas eram maltratadas e despedidas.


Impunemente!


32 comentários:

wind disse...

Horrores que os mais novos não conseguem sentir, mesmo que nós lhes expliquemos.
Beijos

Lola disse...

Wind,

Alguns entendem, como nós entendemos.

Beijos

Mocho Falante disse...

Definitivamente é bom que não esquecer como era o antes

Beijocas e Feliz 25 de Abril

Lola disse...

Mocho,

Penso que devemos passar o testemunho.

Para valorizarmos o que mudou e partirmos para outras mudanças.

Beijinhos

Alien8 disse...

Lola,

Do arrepiante "Hino de Caxias" aos impressionantes testemunhos sobre as condições de trabalho nas minas, este é um conjunto de posts para as gerações vindouras, mas também para a nossa e outras gerações actuais. Ninguém pode esquecer o que foi este país, como também se deduz das tuas palavras. São excepcionais, os "Testemunhos". Parabéns pelos magníficos posts e... para ti, também, um bom 25 de Abril!

Beijos.

Vanda disse...

Momentos de um país que há 34 anos cantou, habituado que estava a cantar na resistência, a cantar para resistir.

Só quem viveu sente, Lola, o testemunho passado nunca será tão forte, quanto as nossas vivências.

Por isso hoje, celebro aqui, todos os que lutaram e morreram sem verem o 25 de Abril...

Todos os que trabalharam uma vida inteira de sol a sol sem verem na sua mesa um pão inteiro...

Todos os que cantaram baixinho na calada da noite, enquanto pintavam as paredes das ruas (acordar as mentalidades) todas as que deixavam nas casas de banho do Liceu Maria Amalia Vaz de Carvalho em Lisboa os panfletos, que nos iam dando conta que eles algures existiam e não nos abandonariam...

Todos os que a meio da noite viram a sua casa virada do avesso e todos quantos foram presos por esta LIBERDADE a que agora, habituados que estamos a ela, nem conseguimos dar valor!


Um abraço e um 25 de Abril, pulsante e vivo neste 25 de Abril, de memórias partilhado!

José Faria disse...

Pois é amigos e amigas;
Na verdade uma boa parte deste nosso mundo português, já esqueceu os horrores da ditadura fascista;
muitos já nem lhes passa pela cabeça ter acontecido de estar um grupo de amigos, cidadãos, a conversar na beira do caminho, à porta de um café ou num jardim público, e serem de um momento para o outro confrontados com a PID - DGS, que de forma ousada e arrogante, os mandava dispersar: Dispersar, dispersar.
E se algums abrisse a boca era imediatamente molestado e levado para os calabouços do aljube.
Aí enfardava muito mais e até tinha que passar inconveniente ao Estado, por comunista ou perturbador da ordem pública.
Isto já nem se conta porque já ninguém acredita que fosse verdade!
A Democracia e a Liberdade não tem côr, é de todos e de todo o mundo.
Se nasci livre, livre devo viver, e mesmo sem o querer, livre devo perecer!
Obrigado Lola
Abraços ao Amigo Beezz - Carlos Rocha

Lola disse...

Alien,

O hino de Caxias foi um testemunho que recebi e que me marcou indelevelmente.

Conheci o Mazola.

Das minas ficou a marca da silicose e da miséria.

Que sejamos capazes de transmitir a força dos que apesar de maltratados conseguiram ser LIVRES.

Beijos

Lola disse...

Vanda,

Celebro contigo os mortos da nossa Liberdade.
O meu avô paterno, foi preso e torturado, várias vezes pela PIDE, mas nunca desistiu.
Morreu a dias do 25 de Abril de 1974.
Durante a minha infancia conheci alguns desses incansáveis lutadores que iam passando lá por casa.

E foram quase 50 anos de tortura, guerra e ignorancia.

Deixo um cravo vermelho para ti.

Beijos

Lola disse...

José Faria,

Obrigada pela visita e pelo teu testemunho.

Os mais novos até desconhecem que existiu fascismo, guerra colonial, censura,presos políticos...

Um Abraço

Sorrisos em Alta disse...

E o que é que mudou????

Ah.... as Minas!

;o)

Beijo a sorrir
E BOM FIM DE SEMANA!

Lola disse...

Sorrisos,

MUDOU TUDO:

Como este post é sobre passagem de testemunhos, junto a actual legislação, calculo que não te apeteça ler tudo, mas existe e tem de ser cumprida.

Beijos grandes


"Protecção das mulheres grávidas, puérperas e dos jovens

A maternidade e a paternidade constituem valores sociais importantes e conferem um conjunto de direitos a seguir referidos.

A licença por maternidade é de 120 ou 150 dias. A trabalhadora pode optar por 150 dias devendo o acréscimo ser gozado necessariamente a seguir ao parto. Na falta de declaração da trabalhadora, presume-se que goza apenas 120 dias, tendo direito à totalidade do salário - Art.º 35.º do CT e 68.º da RCT. As trabalhadoras que optem por uma licença de 150 dias apenas têm direito a 80% do salário durante todo o período de licença.

A licença por paternidade é de 5 dias úteis - Art.º 36.º do CT e 39.º da RCT.

A trabalhadora grávida tem direito a dispensa do trabalho para se deslocar a consultas pré-natais, pelo tempo e número de vezes necessárias e justificadas, incluindo a preparação para o parto - Art.º 39.º do CT e 72.º da RCT.

São garantidas dispensas para amamentação e aleitação para a mãe que comunique ao empregador com a antecedência de 10 dias antes do início da dispensa, que amamenta ou aleita tem direito a uma dispensa diária de duas horas de trabalho por dia, sem perda de salário - Art.º 39.º do CT e 73.º da RCT.

È garantida dispensa da prestação de trabalho nocturno até 112 dias antes e depois do parto e durante o restante período da gravidez e durante a amamentação, se for apresentado atestado médico que comprove essa necessidade - Art.º 47.º do CT e 83.º da RCT.

Não é obrigatória a prestação de trabalho suplementar para a trabalhadora grávida ou com filho de idade inferior a 12 meses - Art.º 46.º do CT.

A trabalhadora grávida, puérpera ou lactante tem direito a condições especiais, de segurança e saúde no local de trabalho de modo a evitar a exposição a riscos para a sua segurança e saúde, indicando a lei um conjunto de actividades condicionadas e proibidas a estas trabalhadoras - Art.º 49.º do CT e 84.º a 95.º da RCT

A protecção no despedimento da trabalhadora grávida, puérpera ou lactante beneficia da presunção de que é feito sem justa causa. No processo de despedimento é sempre necessário o parecer prévio da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego – CITE, antes da decisão final do despedimento - Art.º 51.º do CT e 98.º da RCT.

O empregador deve proporcionar aos jovens condições de trabalho adequadas à respectiva idade, que protejam a sua segurança, saúde, desenvolvimento físico, psíquico e moral, educação e formação, prevenindo, de modo especial, qualquer risco resultante da falta de experiência, da inconsciência dos riscos existentes ou potenciais ou do grau de desenvolvimento do jovem.

Apenas podem ser admitidos ao trabalho os jovens:

Com 16 anos e escolaridade obrigatória – Art.º 55.º do CT;

Com a idade mínima de 15 anos e escolaridade obrigatória, podem prestar trabalhos leves – Art.º 55.º n.º 3 e art.º 115.º do RCT;

Com a idade mínima de 15 anos, sem qualificação profissional – Art.º 56.º do CT - só podem ser admitidos a prestar trabalho desde que reunam cumulativamente as seguintes condições:

a) frequência de modalidade de educação ou formação que confira a escolaridade obrigatória (se não a concluiu) ou uma qualificação profissional (se concluiu a escolaridade obrigatória);

b) se for contrato de trabalho a termo a sua duração tem que ser pelo menos igual à duração total da formação (se a formação for da responsabilidade do empregador) ou possibilite a realização do período mínimo de formação (se esta for da responsabilidade de outrem);

c) o período normal de trabalho tem de incluir uma parte destinada à formação correspondente a pelo menos a 40% do limite máximo constante da lei;

d) o horário de trabalho possibilite a participação em programas de educação ou formação profissional.

Em espectáculos e outras actividades as condições de admissão são específicas – Art.º 70.º do CT e 140.º e 143.º do RCT.

Constituem garantias especiais relativas às condições de trabalho dos jovens:

* Quanto à protecção da saúde e educação: exames médicos a realizar antes do início da prestação do trabalho e anualmente - Art.º 60.º do CT;
* A proibição da prestação de trabalho suplementar – Art.º 64.º do CT;
* A proibição da prestação de trabalho nocturno – Art.º 65.º do CT;
* A definição de trabalhos proibidos ou condicionados a jovens, indicados na lei – Art.º 116.º a 126.º do RCT."

João Moreira disse...

O vergonhoso do pai da Esmeralda Baltazar Nunes paga a quem sinta por ele num blog criado para iludir quem é cego. Usa o nome da filha para xingar e espernear com quem não está do seu lado. Que pai é este que em vez de proteger a filha usa o seu nome para se patentear?
http://www.esmeralda-sim.blogspot.com/ é uma FRAUDE de blog em que são apenas colocados visíveis os comentários que lhes agradam.
As críticas eram tantas que o tiro lhes saiu pela culatra.

Vanda disse...

Lola,

Obrigada pelo cravo, levo-o no peito e ofereço-o ao meu pai, falecido mês e meio antes do 25 Abril...

Comecei a trabalhar numa Instituição Bancária, ainda com 15 anos, devido a uma clausula que permitia que filhos de empregados bancários falecidos, com a escolariedade obrigatória, pudessem integrar os quadros.

Desde esse tempo até hoje muito mudou, primeiro os direitos dos trabalhadores aumentaram e desde há uns anos para cá, temos vindo a assistir a uma insegurança cada vez maior, na área laboral...são tarefeiros que depois de aprenderem todas as tarefas, durante três anos, são despachados; são anos e anos de estudo para desempenharem tarefas básicas que com o 12º ano qualquer um faz...

Ao som da "Pedra Filosofal" deixo-te um beijo e um desejo sonhemos e ajudemos a construir um mundo mais humano e mais justo!

Lola disse...

Vanda,

Andamos tão próximas e isso deixa-me mais do que feliz, emocionada.

Trabalho no SAMS. Conheço bem a realidade dos bancários.

"E sempre que um homem sonha o Mundo pula e avança..", inevitávelmente.

Beijos grandes

Lola disse...

João Moreira,

Obrigada pela visita.
Não estou suficientemente informada sobre este caso.

Penso que se deve ter sempre em conta os interesses da criança.

Vanda disse...

Lola!!! :)



Quantas vezes nos teríamos cruzado?

:)

Estás "pertinho da Mesquita"?

Bem me parecia que íamos beber um café! :) ihihih :)

Incrivel! Também estou emocionada, Lola, o mundo é uma ervilha! :)

:) rindo-me contente! :)

Lola disse...

Vanda,

Estou no APCC às vezes, ao fim de semana. Mas é mais no Hospital.

Beijos

Vanda disse...

No hospital estive dia 17 com a m/mãe, que fez uma pequena cirurgia, ao Apcc vou na próxima 2ª feira, para lhe retirarem os pontos.

Enfim, o mundo é mesmo pequeno.


Beijos

PintoRibeiro disse...

Agora as mulheres continuam a ser maltratadas impunemente e o que vai mal, cresce. Infelizmente.
Abraço, bom domingo.

Vanda disse...

Pinto Ribeiro, quanto ao problema sempre e infelizmente actual de mulheres maltratadas (violência doméstica?)a impunidade depende da mentalidade (não denunciarem o crime) e das circunstâncias (sem emprego, sem forma de suportarem as suas despesas e dos filhos), por isso eu continuo a lutar pelo acordar das consciências, pelo mudar de atitude, por uma sociedade mais solidária, mais humana e mais rica em valores e ideais...

Bom domingo.

Lola disse...

Vanda,

:)))
Um dia deste encontramo-nos ( se já não aconteceu) de certeza.

Espero que a tua Mãe esteja melhor.

Beijinhos grandes

Lola disse...

PR,
A diferença é que hoje existem leis que as defendem.

Mas concordo contigo ainda há imenso a fazer.

O meu Pai costumava dizer-me que a violência acaba à medida que a ignorância também acaba.

E se as mulheres e os homens tiverem garantidas as condições de vida digna, serão mais felizes e provávelmente a violência será rara.

Tendencialmente caminhamos para esse futuro.

As nossa dificuldades, que são muitas, passam por uma evolução de mentalidades.

É difícil mas não nos demitiremos disso, e falo no plural porque sei que tu também não baixarás os braços.
Bjinho

Lola disse...

Vanda,
Obrigada pela tua resposta ao PR, que subscrevo inteiramente.
Beijinhos

Vanda disse...

Lola :)

eu é que agradeço o sentir-me tão à vontade nesta tua (nossa?) mesa de café, que respondi naturalmente ao PR :)

Além do mais ;) era "madrugada" ainda, estava a beber o café da manhã, já pronta para a ida (sempre a correr) para Lisboa e olha... pronto :) meti-me na cavaqueira :)

Obrigada pelos votos de melhoras para a m/mãe, espero que esteja tudo bem e que o resultado amanhã seja "benigno"...têm sido 10 dias de apreensão escondida...nos seus 82 anos, os últimos têm sido marcantes pela sua fragilidade fisica...

Um beijo, bom resto de domingo

Graça Brites disse...

Lola este teu post está verdadeiramente interessante. Do melhor que li este ano sobre a Revolução. Obrigada por teres colocado aqui estes testemunhos.

Beijinhos e boa semana.

Alien David Sousa disse...

Que esses tempos não regressem. Mas que temos um pequeno ditador no poder, isso temos.

Kisses

Lola disse...

Vanda,
É nossa claro e tem sempre um café fresquinho à tua espera.

Vai correr tudo bem com a tua Mãe.

Beijos grandes

Lola disse...

graça b.

São de facto testemunhos de resistencia.

Beijos grandes

Lola disse...

Alien DS,

Eu tenho um fraquinho por Aliens, há quem diga que eu também sou :)))

Mas o Sócrates não é um ditador, é um péssimo 1º ministro, mas nós temos eleições livres e podemos não votar nele.

Eu não votei.

Podemos manifestar o nosso desagrado e até brincar com a imagem dele ( O Kaos in the Garden, tem imagens fabulosas)

Beijinhos

Vanda disse...

Está tudo bem :)

Uiiii :) hoje ganhei uma nova vida! :)


beijos

Lola disse...

Vanda.

Boa!

Um beijinho para ti e outro à tua Mãe